sexta-feira, 25 de março de 2016

Qual é o maior pecado?

14:54:00

             Você acredita que deixar de comer carne na sexta-feira santa te deixa mais acessível a compaixão, que te deixa mais puro e receptivo para entender dores alheias e consequentemente, menos pecador (porque a sociedade diz)? Mas em contrapartida, você crê também que a tal da sexta-feira santa é um dia normal, que você pode cometer erros e acertos, e que comer carne não vai te tornar menos receptivo aos problemas dos outros? A semana inteira era para ser santa, mas por que só hoje que não podemos comer carne, se a nossa bondade não provém de proteína? Desde pequena eu cresci ouvindo meu pai dizer que "pecado não é comer carne em dia santo, pecado é não comer e ficar cobiçando." E aí, você não come e se sente um santo perante a sociedade por pelo menos um dia, ou você come e não deixa de ser quem é todos os dias?              
               Hoje é o dia em que todas as pessoas do mundo deixam de comer carne em sinal de respeito com a morte de Jesus. Mas o que a carne têm a ver com isso eu não entendo, porque eu particularmente consigo comer carne e do mesmo modo consigo respeitar e sentir dor em perder alguém especial. Porque sinceramente não existe "o que não comer em dia santo". Pecado é tudo aquilo que sai da boca, e não o que entra. Se eu não como apenas porque me dizem que hoje não pode comer, de certa forma eu já vou estar pecando porque vou ficar pensando "hoje não posso comer, mas amanhã sim!", e aí acaba enchendo o estômago com coisas "liberadas para o dia santo". Mas e a Gula, não é pecado? E a cobiça do que pode comer no dia seguinte, não é pecado?
              
               Eu vejo que o dia de hoje faz as pessoas serem quem elas não são. Elas não brigam, não xingam, não falam palavrão e não comem carne porque a bendita manipulação da sociedade diz para elas não fazerem isso. Mas em todos os outros dias do ano elas fazem! E é mais pecado você ser quem não é nesse dia, mentindo para si mesmo, do que agir normalmente como durante todo o ano, mas sem perder esse senso de bondade ou respeito.                
              Você também come carne e consegue ser bom por isso, ou é do tipo que não concorda nem discorda sobre poder comer, mas que por via das dúvidas não come para fazer bonito? É um fato, e temos que lidar que, somos feitos de fases e somos feitos de fatos. 


sexta-feira, 18 de março de 2016

Não é óbvio?

14:11:00

                Por indicação de um professor da faculdade, li o livro Óbvio Adams, a história de um empresário de sucesso. E cara, o livro é genial! Quando o professor falou em sala que este é um livro que deveríamos ter em casa e ler de vez em quando, fiquei meio assim, achando que deveria ser um calhamaço chatinho que eu iria ler um vez e iria cair no esquecimento na prateleira do meu quarto. Resultado: comprei o livro, li uma vez e depois li tudo de novo só para poder grifar todas as partes legais, que dá quase o livro todo.                               Fazer resenhas de livros aqui no Feita de Fatos não era a ideia principal, até porque como já mencionei em outro texto, o meu blog instigou minha irmã a criar o próprio espaço dela para fazer resenhas literárias. Mas como o livro faz referência ao curso que faço, Publicidade e Propaganda, creio eu que tenho o crédito de falar dele para vocês.                O livro conta a história de um empresário de sucesso. Ah, vá. Hahahahah. Bom, o livro tem uma linguagem bem simples, e eu quando comecei a ler, sentia a impressão de estar lendo uma conversa em bate-papo, com alguém me falando claramente como aconteceu as coisas. É esse o ponto bacana do livro. Ele é claro e objetivo, mas ao mesmo tempo não te leva ao resultado final, ele te faz reconhecer os caminhos para chegar no final, no objetivo.              

                Oliver B. Adams, na história de Updegraff, é um garotinho de 12 anos, que nasceu de uma família pobre e teve uma mera educação, sendo obrigado a trabalhar cedo. Tempo passa e Adams, agora já crescido, embarca para Nova York para trabalhar e estudar com o pouco dinheiro que ganhava. Quando o curso que fazia estava quase no fim, o diretor da tal escola programou uma série de palestras vocacionais, e o primeiro palestrante foi o Presidente de uma grande agência de Publicidade e Propaganda. A palestra abriu os olhos de Adams para o mundo dos negócios, e naquela mesma noite, ao chegar em casa e deitar a cabeça no travesseiro, Adams decidiu que queria trabalhar com propaganda. Aí pronto, em 26 páginas o livro já me ganhou e essa foi a primeira parte grifada do livro.               

                Tendo essa grande constatação de seu futuro, Adams fez o óbvio, procurou o Presidente da grande agência e lhe comunicou que queria trabalhar para ele. Como o personagem do Presidente menciona no livro, essas foram as palavras de Adams, "quero entrar para a publicidade, quero trabalhar para o senhor e pensei que o óbvio era vir e lhe dizer isso." E nesse instante, o personagem do Presidente compreende que 'quantas pessoas têm o poder de ver e fazer a coisa óbvia? E quantas têm a persistência necessária para levar a cabo a ideia óbvia?' Bingo. Segunda parte grifada no livro. E o livro vai se desenrolando assim, contando a história de uma cara que ficou conhecido não porque tinha ideias top das galáxias dentro da agência, mas por acreditar que não podemos descartar o óbvio, pois as vezes ele é o melhor para resolver nossos problemas diários.             

                

                 Sem mais spoilers sobre esse livro fantástico, só tenho a dizer que é ÓBVIO que vocês precisam ir correndo fazer uns orçamentos na Estante Virtual, Saraiva, Submarino, ou dar uma pesquisadinha no Google Drive e afins e ver se vocês estão deixando passar muita coisa por aí. Não só quem tá nessa área de Publicidade, mas todo mundo. Porque todo mundo têm problemas a serem resolvidos e todo mundo cria mil e uma ideias problemáticas para resolver quando na verdade é só focar no óbvio e ver o que ele pode oferecer. "Sempre que uma ideia parecer brilhante, engenhosa ou complicada, devemos desconfiar dela. É muito provável que não seja o óbvio."                           

                    "O mundo está cheio de necessidades não expressas e despercebidas, à espera das pessoas capazes de recorrer ao óbvio para resolver os problemas aparentemente insolúveis do cotidiano. Tome nota: elas serão regiamente recompensadas!"                            Valeu Updegraff, por mostrar que temos que lidar com os fatos e fases com naturalidade.                         

                  Ao que tudo indica, somos feitos de fatos, somos feitos de fases, e somos feitos de uma grande dose de obviedade. 

segunda-feira, 14 de março de 2016

Ovos de páscoa: uma marca ou um conceito?

13:35:00
Lendo uma matéria da Folha de São Paulo da semana passada, percebi que realmente há uma super desvalorização na nossa sociedade atual. O Presidente da ABICAB, Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau e Amendoim, que o diga. O mesmo afirmou que “A ideia é que, apesar da situação econômica do país, o consumidor não deixe de comprar na Páscoa.” Mas meu queridão, eu te pergunto como não deixar de comprar se os preços estão os dois olhos da cara?
Se pararmos para analisar, querer fazer merchan agora para os comércios na Páscoa, é uma baita de uma ironia. A situação do país já tá insuportável faz algum tempo, mas aí ter que ler que temos que “saber identificar os produtos de qualidade”? Lógico que eu entendo a mente publicitária, entendo que realmente as condições estão ruins para todo mundo, e o comércio tem que se valorizar como pode para poder tirar o pé da lama. Mas chegar a cobrar até R$80,00 por um Ovo de Chocolate, de duas uma, ou o comércio vai ficar com sua imagem manchada; ou vai ter uma superlotação de Ovos na prateleira sem comprador. E olha que as duas alternativas estão andando juntas, e eu opto pela primeira.
  E outra, o nosso comércio local, como fica? Quando digo comércio local, faço referência para as pessoas da nossa própria cidade que produzem seus próprios Ovos de Páscoa em casa com um preço bem mais acessível, (e muitas vezes bem mais gostosos que os de marca). A alternativa que mais vem crescendo está sendo fabricar seus próprios produtos em casa, o que, além de não precisar gastar muito com mão de obra, também dá a oportunidade de 1) mostrar o seu talento, 2) vender por um bom preço, e atrair mais público para si,  3) se sobressair com seus valores ético, 4) usar o dinheiro arrecadado de alguma forma especial, como ajudando entidades, ou até para alguma realização própria e 5) favorecer as nossas culturas locais, e agradar quem está em sua volta com algo que você sabe de onde vêm e como foi feito.
Então gente, se vocês conhecem alguém que faça esses trabalhos maravilhosos, vão atrás, se informem, conheçam, instiguem essas pessoas a continuarem nessa profissão bacana (e muito gostosa!). E se tiverem interesse em presentear algum amigo, namorado, pai, mãe, tio, tia, avó, avô, enfim, dêem um voto para essas pessoas que fazem em casa essas delícias. Não que ninguém mais possa ir ao mercado e escolher algum Ovo de Páscoa pendurado, mas não custa nada dar uma olhadinha ao redor primeiro. Apóie o comércio local. É uma causa justa, honesta e deliciosa!

Somos feitos de fases, somos feitos de fatos.

Beijinhos, e não esqueçam do meu chocolate!

terça-feira, 8 de março de 2016

Lugar de mulher é... onde ela quiser estar!

08:47:00

Bom dia, 08 de Março! Hoje é dia das mulheres e estou postando um texto aqui para que tenhamos um pensamento bacana sobre esse dia especial, e para que talvez, pudéssemos olhar com outros olhos algumas causas que marcam esse dia.  Assistindo ao clipe de Survivor, escrevo o texto de hoje.  E o texto de hoje é uma gratificação ao dia das mulheres, sendo assim, nada melhor do que escrevê-lo ouvindo músicas que contenham mulheres maravilhosas em seus clipes.

Com todas essas pessoas nas redes sociais falando a beça sobre feminismo, lutar pelos direitos da mulher, não ficar quieta diante de abusos, reclamar do machismo e por aí a fora, é de se imaginar que o dia das mulheres, esse ano, assim como em alguns outros, será repleto de gente compartilhando coisas relacionadas com a mulher ganhando seu espaço. Porém, o que é ser uma mulher que conquista o sua espaço na sociedade? Ou melhor, o que é REPRESENTAR com dignidade o papel de uma mulher com o espaço desejado?

Feminismo pra mim não é uma causa infundada como alguns dizem, pelo contrário, eu apoio, acho bacana, acho legal, mas eu gosto mais ainda quando a mulher sabe o que está fazendo, ou seja, que sabe pelo o que está lutando. Porque assim, não sei vocês, mas creio eu que não é com quatro pedras na mão que a mulher vai ganhar seu espaço, sua liberdade e tudo o mais. A gente sempre brinca que mulher sempre tem seu jeitinho para ganhar as coisas, mas nesse quesito, acho que é uma coisa séria demais para ser tratada com aquele “jeitinho”, se é que vocês me entendem. Porque assim nunca seremos levadas a sério nas nossas conquistas. Não é de jeitinho em jeitinho que a gente constrói as coisas sérias.

Feminismo é aquela coisa pela qual as mulheres defendem com unhas e dentes para terem seus direitos perante a sociedade. Mas será que todas as mulheres sabem o que isso significa? Sair por aí fazendo rebeliões, mostrando o corpo nu e declarando em alto e bom som que “nós usamos o nosso corpo como queremos” não chega a ser bem um ato feminista. Nossa sociedade já critica nossos direitos quando estamos pacíficas e bem vestidas, então não é em um ato de rebeldia que eles irão começar nos ouvir. Se deem o respeito, mulherada! Danem-se sim os padrões de beleza, somos lindas assim, cada uma com seu jeitinho. Mas antes de gritar isso para qualquer um, olhem-se no espelho e gritem para vocês mesmas. Se amem!

 Somos mulheres sim, temos nossos direitos, temos nossas causas e nossos anseios, mas temos que saber colocá-los com calma perante o povo, e não tentar enfiar goela abaixo nas pessoas.

Então, mulheres, digo uma coisa para vocês, se vocês querem que seus ideais sejam vistos com orgulho, lutem por eles com orgulho. Que nunca esqueçamos que somos fortes, que temos garra e que somos determinadas. Com um sorriso no rosto em dias de cólica e com o corpo dançando em cima de um salto agulha. Somos mãe, filhas, esposas, namoradas, irmãs, amigas e conselheiras. Somos Madre Tereza, Joana d’Arc, Marie Curie. Somos belas. Somos inteligentes. Somos capazes.  Somos pioneiras. Somos m u l h e r e s. Sempre fomos, e sempre iremos ser. Com garra, respeito e um dia todo lindo para nos alegrar!


Feliz dia das Mulheres ♥
Somos feitas de fases, somos feitas de fatos!