domingo, 24 de julho de 2016

Re-fazer.

11:45:00

"O passado é lição para refletir, e não repetir."

          Não se sabe até que ponto essa frase pode ser levada ao pé da letra, sabes. Refletir, sim. Repetir, também. Por que não? Quantas vezes tu parastes para lembrar das coisas do passado e, ao fazer isso, sorrisse? Sentisse saudades? Pensastes em voltar atrás? Digo-te que é certeza que isso já ocorreu. Se não ocorreu, prepara-te para uma dose de nostalgia, que ela vem, vem sim.

          Não é tão ruim quando paras e pensas no passado de uma forma que te faça mudar, e após mudares, teres aquele pico de adrenalina e pensares "agora vai, agora vou tentar de novo, e cuidar para não repetir meus mesmos erros." Pois tu vais errar de novo! Não é pessimismo, é só o sentido da vida mesmo. Nunca acertamos nada por completo sempre. Reflete teu passado, queira refazer a história do teu passado sem erros, que mais erros cairão na conta. É inevitável. 

          É errando que se aprende, não dizem isso para ti, a cada vez que erras? É um mantra da vida, digo-te. Mas é uma coisa bonita, ao menos. O fato de tu se sujeitares a querer errar é algo digno, creio. A certeza do erro tá na conta em cada ação que tu fores praticar, mas quando mesmo sabendo disso, tu enfrenta, e erra, e se frustra, e insiste, persiste e refaz, tu és digno. Passível de erro, passível de perdão, vencedor de uma vida com percalços bem cruéis. 

          O passado não te condena, como dizem, ele te faz uma pessoa boa. Tu és maleável, tu podes se tornar outra pessoa, podes rever seus conceitos. Nem sempre o passado é ruim, e digo-te que se e pudesse voltar atrás, reviver o passado, eu reviveria, refaria mil coisas que não fiz, nem que seja só para errar onde não errei. E acertar onde vacilei. Já dizia o tal do Heráclito, ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio. A água já mudou, assim como o próprio ser. Saibas que não podes voltar atrás depois de feitas as suas ações. Mas tu podes refazer essas ações, sem problemas nenhum, pois tu não serás o mesmo, assim como tuas ações poderão ser bem sucedidas depois de feitas uma, duas, cinco vezes. 

          Viver é uma arte, um ofício, só que precisa cuidado. Viva. Reviva, faça, refaça, erre, e erre de novo. Te fazes melhor, te fazes vivo. Temos todo o tempo do mundo!


Somos feitos de fases, somos feitos de fatos. E de histórias do passado.



          

          

quarta-feira, 20 de julho de 2016

"Me manda a conversa."

09:22:00

"Era uma pessoa igual a cem mil outras pessoas. Mas, eu fiz dela um amigo, agora ela é única no mundo."




          Há dois tipos de amizades. Aquelas que conhecemos ontem, nos apegamos hoje e cairão no esquecimento amanhã. E há aquelas que conhecemos ontem, nos apegamos hoje, nos afastaremos amanhã, e daqui uns bons anos, nos reencontraremos e repetiremos todo o processo, como se nada tivesse mudado. Quer dizer, como se tudo tivesse mudado, mas como se você soubesse lidar exatamente com cada mudança proposta. 

          Não sei opinar sobre qual desses tipos de amizades são as melhores em nossa passagem aqui na terra. Para os amigos que já caíram no esquecimento, não sejamos hipócritas. Em algum momento você foi amiga dessa pessoa, em algum momento ela te fez bem. A amizade já passou, mas no momento em que ela deveria ter sido boa, ela foi. Agradecemos por isso. Mas as amizades que a gente afasta - as vezes por vontade própria, as vezes por circunstâncias destinais - também sabem o momento certo de serem boas, de darem o espaço, e de voltarem a serem boas com todas as alterações necessárias. 

         Já tive e tenho esses dois tipos de amizades. Amizades que fiz em 2005 e hoje lembro com carinho mas que, mal me lembro do nome e sobrenome - confesso. E amizades que fiz em 2005, que caíram no afastamento nesse mesmo ano, e hoje são as melhores companhias ao meu lado novamente. Não importa, no fundo não importa. Amigo é amigo, seja por uma semana, por alguns dias ou só por cinco minutos. Se te fez sorrir, se te fez esquecer dos problemas: bingo. Foi seu amigo. E por mais que essa tal de amizade passageira não perdure, bom, é aquele ditado, foi bom enquanto durou. 

         Mas também antes que eu esqueça, há um tipo de amizade que, como diria Cazuza, nossos destinos foram traçados na maternidade. E aí esse amigo te conhece desde o rompimento do cordão umbilical. Graças aos céus eu tenho esse tipo de amizade também. E esse tipo de amizade é quase que nem uma mãe, né. É o tipo de amizade que tem intimidade o suficiente contigo pra te dizer "não vai dar certo, tô avisando." Mas você vai lá e faz porque, sabe que por mais que dê vontade de soquear o amigo quando você ouve o famoso "eu te avisei, amiga", ele vai continuar sendo o irritante que você mais ama!

          Aproveita que hoje é dia do amigo e demonstre sua gratidão, mesmo que for de um jeito torto {te amo, vadia}. 

Somos feitos de fases, somos feitos de fatos. E de várias amizades liiiindas. ♥ 

sábado, 16 de julho de 2016

Só que não!

13:11:00
"15 aninhos então, Tayná? Logo, logo tu casa né, tá na hora!"



          Ouvi isso a quase quatro anos atrás, quando eu tinha recém completado meus 15 anos. Estávamos eu e minha melhor amiga, com nossos violões nas costas, indo para o ensaio de canto. Quando uma senhora, minha vizinha, passou e disse isso. Lembro que eu e minha amiga rimos durante o ensaio inteiro. "Casar com 15 anos, quem nunca?". E dá-lhe risada. Século XXI, ouvir isso a quatro anos atrás já era ruim o suficiente, hoje então, é mais absurdo ainda. Não pela idade, por ser nova demais. Mas pelo fato de que as pessoas ainda acham que se a gente tá solteira muito tempo, vai ficar pra titia. 

          Meu amô, é aquele ditado, a gente não é obrigada a nada. Por que é que vocês acham que pra ser feliz tem que casar? Ou se casar, têm que ter filhos? Se tiver um filho, no mínimo tem que fazer mais um, porque casalzinho é mais divertido? Parem, poxa. As pessoas são donas dos próprios narizes. Se querem casar, deixem casar. Se não quiserem, também não tem problema. E se não quiserem ter filhos? Sorte dessas cabeças iluminadas que não querem colocar mais uma criança nesse mundão cruel!

          Tenho casais de amigos e parentes, que estão morando juntos a anos e não casaram ainda. Tenho casais de amigo e parentes, que estão casados mas não querem ter filhos. E daí? No que te afeta economicamente e psicologicamente isso? Pelo que eu saiba, em nada. É bobeira pensar como antigamente, que mulher tem que casar cedo, ter filhos cedo, ser bem sucedida cedo. A nossa principal doença é que planejamos mil coisas, mas não conseguimos cumprir nem cinquenta delas, porque os caminhos mudam. E a gente fica eternamente frustrado porque, por mais que tenham acontecido outras coisas que superem aquelas que tu planejou e não efetuou, elas não estavam exatamente no teu roteiro, e você não sabia como lidar com elas.

          Minha mãe me teve relativamente cedo. E teve meu irmão relativamente tarde. Eu já tinha 10 anos quando minha mãe teve o segundo filho dela. E aí, sociedade? Qual o primeiro problema que vocês acham que ela teve com isso? Eu diria que foi me convencer a tirar minha caminha do quarto dela (10 anos) para ter espaço pro berço do meu irmão. Mas mesmo esse dilema de tirar meu acampamento do quarto dos meus pais, não era um problema que vocês tinham que ter resolvido, porque não lhes dizia a respeito. Então não se estressem se seus planos para seus vizinhos não batem com os planos que eles têm pra eles mesmos. Cada um cuida do seu, e assim segue o curso da vida. :)


Somos feitos de fases, somos feitos de fatos. 

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Te sinto tão longe, longe, longe. Mas te quero perto.

07:40:00
       

        Eu provavelmente deveria uma explicação plausível por ficar um mês e pouco sem escrever no blog. E pensando bem, eu poderia dizer que minha ausência tem relação com o último texto, em que eu disse que a vida é feita de escolhas (além de fases e fatos). E que muitas vezes, nossas escolhas são feitas em cima de escolhas, em cima de mais escolhas e quando vemos, estamos com 50 anos e não vivemos nada além de escolhas mal feitas.  


         Ficar 45 dias sem escrever foi uma escolha, talvez mal feita, talvez um refugo para prestar atenção ao meu redor. Não sei dizer. Só sei que foram 45 dias tumultuados. Foram 45 dias em que aconteceram tantas coisinhas, comigo, com o mundo, que a gente até se sufoca porque ao mesmo passo que eu poderia escrever sobre tudo o que aconteceu, eu não posso ousar a escrever sobre coisas que não são só minhas. 

         Poderia escrever só uma explicaçãozinha em um post na página do Facebook da Feita de Fatos, entretanto, acho que é muito lero lero pra escrever naquela rede social, e já que tudo começou aqui, então continuaremos aqui. 

          Em 45 dias ausentes, eu tive vontade de largar tudo, de parar de escrever e parar com "essa coisa que não vai dar em nada". Mas graças a minha mãe, que me olhou bem séria e disse "mais uma coisa que tu desiste na vida, então?". Graças a minha irmã que mandou mensagens pedindo onde estavam meus textos no blog. E graças ao Luke, que me chamou pra uma reunião informal (açaí) e pediu "onde estão nossos textos, caramba?". E aqui está a resposta para essas três pessoas: a gente ainda não chegou ao fim. 

         Feita de Fatos tá voltando. Com textos que talvez sejam chatos, que talvez não façam sentido. Mas o talvez não é uma coisa certa. E talvez eu me dê bem. Talvez não. Preciso tentar. Preciso retomar. 

         Bom, queridos leitores (?), estamos voltando. Aguardem. 


Somos feitos de fases, somos feitos de fatos, e de ações retomadas.