Você acredita que deixar de comer carne na sexta-feira santa
te deixa mais acessível a compaixão, que te deixa mais puro e receptivo para
entender dores alheias e consequentemente, menos pecador (porque a sociedade
diz)? Mas em contrapartida, você crê também que a tal da sexta-feira santa é um
dia normal, que você pode cometer erros e acertos, e que comer carne não vai te
tornar menos receptivo aos problemas dos outros? A semana inteira era para ser
santa, mas por que só hoje que não podemos comer carne, se a nossa bondade não
provém de proteína? Desde pequena eu cresci ouvindo meu pai dizer que
"pecado não é comer carne em dia santo, pecado é não comer e ficar
cobiçando." E aí, você não come e se sente um santo perante a sociedade
por pelo menos um dia, ou você come e não deixa de ser quem é todos os dias? Hoje é
o dia em que todas as pessoas do mundo deixam de comer carne em sinal de respeito
com a morte de Jesus. Mas o que a carne têm a ver com isso eu não entendo,
porque eu particularmente consigo comer carne e do mesmo modo consigo respeitar
e sentir dor em perder alguém especial. Porque sinceramente não existe "o
que não comer em dia santo". Pecado é tudo aquilo que sai da boca, e não o
que entra. Se eu não como apenas porque me dizem que hoje não pode comer, de
certa forma eu já vou estar pecando porque vou ficar pensando "hoje não
posso comer, mas amanhã sim!", e aí acaba enchendo o estômago com coisas
"liberadas para o dia santo". Mas e a Gula, não é pecado? E a cobiça
do que pode comer no dia seguinte, não é pecado? Eu vejo
que o dia de hoje faz as pessoas serem quem elas não são. Elas não brigam, não
xingam, não falam palavrão e não comem carne porque a bendita manipulação da
sociedade diz para elas não fazerem isso. Mas em todos os outros dias do ano
elas fazem! E é mais pecado você ser quem não é nesse dia, mentindo para si
mesmo, do que agir normalmente como durante todo o ano, mas sem perder esse
senso de bondade ou respeito. Você
também come carne e consegue ser bom por isso, ou é do tipo que não concorda
nem discorda sobre poder comer, mas que por via das dúvidas não come para fazer
bonito? É um fato, e temos que lidar que, somos feitos de fases e somos feitos de fatos.
Por indicação de um professor da faculdade, li o livro Óbvio
Adams, a história de um empresário de sucesso. E cara, o livro é genial! Quando
o professor falou em sala que este é um livro que deveríamos ter em casa e ler
de vez em quando, fiquei meio assim,
achando que deveria ser um calhamaço
chatinho que eu iria ler um vez e iria cair no esquecimento na prateleira do
meu quarto. Resultado: comprei o livro, li uma vez e depois li tudo de novo só
para poder grifar todas as partes legais, que dá quase o livro todo.Fazer
resenhas de livros aqui no Feita de Fatos não era a ideia principal, até porque
como já mencionei em outro texto, o meu blog instigou minha irmã a criar o
próprio espaço dela para fazer resenhas literárias. Mas como o livro faz
referência ao curso que faço, Publicidade e Propaganda, creio eu que tenho o
crédito de falar dele para vocês. O livro
conta a história de um empresário de sucesso. Ah, vá. Hahahahah. Bom, o livro
tem uma linguagem bem simples, e eu quando comecei a ler, sentia a impressão de
estar lendo uma conversa em bate-papo, com alguém me falando claramente como
aconteceu as coisas. É esse o ponto bacana do livro. Ele é claro e objetivo,
mas ao mesmo tempo não te leva ao resultado final, ele te faz reconhecer os
caminhos para chegar no final, no objetivo.
Oliver
B. Adams, na história de Updegraff, é um garotinho de 12 anos, que nasceu de
uma família pobre e teve uma mera educação, sendo obrigado a trabalhar cedo.
Tempo passa e Adams, agora já crescido, embarca para Nova York para trabalhar e
estudar com o pouco dinheiro que ganhava. Quando o curso que fazia estava quase
no fim, o diretor da tal escola programou uma série de palestras vocacionais, e
o primeiro palestrante foi o Presidente de uma grande agência de Publicidade e
Propaganda. A palestra abriu os olhos de Adams para o mundo dos negócios, e
naquela mesma noite, ao chegar em casa e deitar a cabeça no travesseiro, Adams
decidiu que queria trabalhar com propaganda. Aí pronto, em 26 páginas o livro
já me ganhou e essa foi a primeira parte grifada do livro.
Tendo
essa grande constatação de seu futuro, Adams fez o óbvio, procurou o Presidente
da grande agência e lhe comunicou que queria trabalhar para ele. Como o
personagem do Presidente menciona no livro, essas foram as palavras de Adams, "quero entrar para a publicidade, quero
trabalhar para o senhor e pensei que o óbvio era vir e lhe dizer isso."
E nesse instante, o personagem do Presidente compreende que 'quantas pessoas têm o poder de ver e fazer
a coisa óbvia? E quantas têm a persistência necessária para levar a cabo a
ideia óbvia?' Bingo. Segunda parte grifada no livro. E o
livro vai se desenrolando assim, contando a história de uma cara que ficou
conhecido não porque tinha ideias top das galáxias dentro da agência, mas por
acreditar que não podemos descartar o óbvio, pois as vezes ele é o melhor para
resolver nossos problemas diários.
Sem mais spoilers sobre esse livro fantástico, só tenho a dizer
que é ÓBVIO que vocês precisam ir correndo fazer uns orçamentos na Estante
Virtual, Saraiva, Submarino, ou dar uma pesquisadinha no Google Drive e afins e
ver se vocês estão deixando passar muita coisa por aí. Não só quem tá nessa
área de Publicidade, mas todo mundo. Porque todo mundo têm problemas a serem
resolvidos e todo mundo cria mil e uma ideias problemáticas para resolver quando
na verdade é só focar no óbvio e ver o que ele pode oferecer. "Sempre que uma ideia parecer
brilhante, engenhosa ou complicada, devemos desconfiar dela. É muito provável
que não seja o óbvio."
"O mundo está cheio de
necessidades não expressas e despercebidas, à espera das pessoas capazes de
recorrer ao óbvio para resolver os problemas aparentemente insolúveis do
cotidiano. Tome nota: elas serão regiamente recompensadas!" Valeu
Updegraff, por mostrar que temos que lidar com os fatos e fases com
naturalidade.
Ao que
tudo indica, somos feitos de fatos, somos feitos de fases, e somos feitos de
uma grande dose de obviedade.
Lendo
uma matéria da Folha de São Paulo da semana passada, percebi que realmente há
uma super desvalorização na nossa sociedade atual. O Presidente da ABICAB,
Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau e Amendoim, que o diga.
O mesmo afirmou que “A ideia é que, apesar da situação econômica do país, o
consumidor não deixe de comprar na Páscoa.” Mas meu queridão, eu te pergunto
como não deixar de comprar se os preços estão os dois olhos da cara?
Se
pararmos para analisar, querer fazer merchan agora para os comércios na Páscoa,
é uma baita de uma ironia. A situação do país já tá insuportável faz algum
tempo, mas aí ter que ler que temos que “saber identificar os produtos de
qualidade”? Lógico que eu entendo a mente publicitária, entendo que realmente
as condições estão ruins para todo mundo, e o comércio tem que se valorizar
como pode para poder tirar o pé da lama. Mas chegar a cobrar até R$80,00 por um
Ovo de Chocolate, de duas uma, ou o comércio vai ficar com sua imagem manchada;
ou vai ter uma superlotação de Ovos na prateleira sem comprador. E olha que as
duas alternativas estão andando juntas, e eu opto pela primeira.
E
outra, o nosso comércio local, como fica? Quando digo comércio local, faço
referência para as pessoas da nossa própria cidade que produzem seus próprios
Ovos de Páscoa em casa com um preço bem mais acessível, (e muitas vezes bem
mais gostosos que os de marca). A alternativa que mais vem crescendo está sendo
fabricar seus próprios produtos em casa, o que, além de não precisar gastar
muito com mão de obra, também dá a oportunidade de 1) mostrar o seu talento, 2)
vender por um bom preço, e atrair mais público para si, 3) se sobressair com seus valores ético, 4)
usar o dinheiro arrecadado de alguma forma especial, como ajudando entidades,
ou até para alguma realização própria e 5) favorecer as nossas culturas locais,
e agradar quem está em sua volta com algo que você sabe de onde vêm e como foi
feito.
Então
gente, se vocês conhecem alguém que faça esses trabalhos maravilhosos, vão
atrás, se informem, conheçam, instiguem essas pessoas a continuarem nessa
profissão bacana (e muito gostosa!). E se tiverem interesse em presentear algum
amigo, namorado, pai, mãe, tio, tia, avó, avô, enfim, dêem um voto para essas
pessoas que fazem em casa essas delícias. Não que ninguém mais possa ir ao
mercado e escolher algum Ovo de Páscoa pendurado, mas não custa nada dar uma
olhadinha ao redor primeiro. Apóie o comércio local. É uma causa justa, honesta
e deliciosa!
Bom dia, 08 de Março! Hoje é dia
das mulheres e estou postando um texto aqui para que tenhamos um pensamento
bacana sobre esse dia especial, e para que talvez, pudéssemos olhar com outros
olhos algumas causas que marcam esse dia. Assistindo ao clipe de Survivor,
escrevo o texto de hoje. E o texto de
hoje é uma gratificação ao dia das mulheres, sendo assim, nada melhor do que
escrevê-lo ouvindo músicas que contenham mulheres maravilhosas em seus clipes.
Com todas essas pessoas nas redes
sociais falando a beça sobre feminismo, lutar pelos direitos da mulher, não
ficar quieta diante de abusos, reclamar do machismo e por aí a fora, é de se
imaginar que o dia das mulheres, esse ano, assim como em alguns outros, será
repleto de gente compartilhando coisas relacionadas com a mulher ganhando seu
espaço. Porém, o que é ser uma mulher que conquista o sua espaço na sociedade?
Ou melhor, o que é REPRESENTAR com dignidade o papel de uma mulher com o espaço
desejado?
Feminismo pra mim não é uma causa
infundada como alguns dizem, pelo contrário, eu apoio, acho bacana, acho legal,
mas eu gosto mais ainda quando a mulher sabe o que está fazendo, ou seja, que
sabe pelo o que está lutando. Porque assim, não sei vocês, mas creio eu que não
é com quatro pedras na mão que a mulher vai ganhar seu espaço, sua liberdade e
tudo o mais. A gente sempre brinca que mulher sempre tem seu jeitinho para
ganhar as coisas, mas nesse quesito, acho que é uma coisa séria demais para ser
tratada com aquele “jeitinho”, se é que vocês me entendem. Porque assim nunca
seremos levadas a sério nas nossas conquistas. Não é de jeitinho em jeitinho
que a gente constrói as coisas sérias.
Feminismo é aquela coisa pela qual
as mulheres defendem com unhas e dentes para terem seus direitos perante a
sociedade. Mas será que todas as mulheres sabem o que isso significa? Sair por
aí fazendo rebeliões, mostrando o corpo nu e declarando em alto e bom som que “nós
usamos o nosso corpo como queremos” não chega a ser bem um ato feminista. Nossa
sociedade já critica nossos direitos quando estamos pacíficas e bem vestidas,
então não é em um ato de rebeldia que eles irão começar nos ouvir. Se deem o
respeito, mulherada! Danem-se sim os padrões de beleza, somos lindas assim,
cada uma com seu jeitinho. Mas antes de gritar isso para qualquer um, olhem-se
no espelho e gritem para vocês mesmas. Se amem!
Somos mulheres sim, temos nossos
direitos, temos nossas causas e nossos anseios, mas temos que saber colocá-los
com calma perante o povo, e não tentar enfiar goela abaixo nas pessoas.
Então,
mulheres, digo uma coisa para vocês, se vocês querem que seus ideais sejam
vistos com orgulho, lutem por eles com orgulho. Que nunca esqueçamos que somos
fortes, que temos garra e que somos determinadas. Com um sorriso no rosto em
dias de cólica e com o corpo dançando em cima de um salto agulha. Somos mãe,
filhas, esposas, namoradas, irmãs, amigas e conselheiras. Somos Madre Tereza,
Joana d’Arc, Marie Curie. Somos belas. Somos inteligentes. Somos capazes. Somos pioneiras. Somos m u l h e r e s. Sempre
fomos, e sempre iremos ser. Com garra, respeito e um dia todo lindo para nos
alegrar!