quinta-feira, 19 de maio de 2016

Qual é a falta que ela te faz?

             
            Por que acender uma fagulha de paixão nela se no outro dia nem bom dia mandas?  Por que dizer “estou contigo” se quando ela de fato precisa de ti, tu estás longe com teus negócios? É aquela coisa sabe, quando a gente gosta, a gente coloca cada pedacinho dos nossos problemas debaixo do colchão e vai dar a cara à tapa pros problemas de quem te importa. Promessas em vão. Palavras vazias. “Gosto de ti”, mas não daquele jeito. Importo-me contigo, mas sei que és capaz de se virar sozinha. Então tudo bem, contanto que tu fiques segura, sem a minha ajuda, eu vou gostar da tua presença.
          Mas e se isso não bastar pra ela? E se ela quiser mais? E se ela achar alguém que fala e faz, que manda bom dia, que corre pra ajudar, que dá atenção, que se importa? E se ela encontrar alguém? Esse termo “e se” é bastante amplo, mas nunca dá pra saber se a resposta de uma dessas suposições não vai estar a te esperar na esquina.
          Ela te irrita, né? Ela te faz perder a cabeça, perder o juízo e a razão. Te faz querer mandar tudo pra aquela “profissão de rua”, mas quando ela ousa querer sair tu segura o braço dela. Ela quer cuidar de tudo e de todos, quer mandar na sua vida. Quer saber onde tu vai, com que vai e que horas volta, mesmo tu sendo dono do próprio nariz. Mas se fazes o mesmo, ela reclama, só que se não fazes, ela sente falta. Ela é essa mistura de “te quero” com “some daqui”. Ela não gosta de ser cobrada, mas te cobra. Ela quer falar, quer contar, quer rir, quer ser ela mesma sem inibições. Ela sabe enfrentar o mundo sozinha, mas amigo, isso não quer dizer que ela precise de fato fazer isso sozinha.
    Talvez ela não saiba o que é amar de verdade, talvez ela não se sinta protegida o suficiente. E talvez, tu até tenhas consciência disso, mas não estás disposto a se sacrificar por algo que não te dá extrema segurança. Mas e por que isso não te dá segurança? Olha, vou te falar que tudo na vida tem um propósito, menos a pessoa “perfeita”. Essa não existe, não tá escrito que o perfeito vai se encaixar como uma luva no teu cotidiano como pedistes pra Deus, ou pra qualquer que seja a divindade. Mas existe aquela pessoa que te faz perder as estribeiras, o bom senso, a calma e a paciência. Mas aí é que tá o negócio. ESSE é o propósito. Achar alguém que te irrite na mesma medida que te desperta o amor.
    Mas tudo bem, se não queres nada, pelo menos que não a iluda. Se ela não é essa pessoa que te deixa com vontade simultânea de esmagar e cuidar, tudo bem também. Mas não faças ela de palhaça. Talvez ela não esteja em busca do amor da vida dela, talvez ela só queira alguém que saiba fingir direito que se importa. Mas se nem fingires sabes, então vá embora. E quando fores por livre e espontânea vontade, por favor, não se pergunte que falta ela te faz. 

Somos feitos de fases, somos feitos de fatos. 

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