Mas e
se isso não bastar pra ela? E se ela quiser mais? E se ela achar alguém que
fala e faz, que manda bom dia, que corre pra ajudar, que dá atenção, que se
importa? E se ela encontrar alguém? Esse termo “e se” é bastante amplo, mas
nunca dá pra saber se a resposta de uma dessas suposições não vai estar a te
esperar na esquina.
Ela te
irrita, né? Ela te faz perder a cabeça, perder o juízo e a razão. Te faz querer
mandar tudo pra aquela “profissão de rua”, mas quando ela ousa querer sair tu
segura o braço dela. Ela quer cuidar de tudo e de todos, quer mandar na sua
vida. Quer saber onde tu vai, com que vai e que horas volta, mesmo tu sendo
dono do próprio nariz. Mas se fazes o mesmo, ela reclama, só que se não fazes,
ela sente falta. Ela é essa mistura de “te quero” com “some daqui”. Ela não
gosta de ser cobrada, mas te cobra. Ela quer falar, quer contar, quer rir, quer
ser ela mesma sem inibições. Ela sabe enfrentar o mundo sozinha, mas amigo, isso não quer dizer que ela precise de fato fazer isso sozinha.
Talvez
ela não saiba o que é amar de verdade, talvez ela não se sinta protegida o
suficiente. E talvez, tu até tenhas consciência disso, mas não estás disposto a
se sacrificar por algo que não te dá extrema segurança. Mas e por que isso não
te dá segurança? Olha, vou te falar que tudo na vida tem um propósito, menos a
pessoa “perfeita”. Essa não existe, não tá escrito que o perfeito vai se
encaixar como uma luva no teu cotidiano como pedistes pra Deus, ou pra qualquer
que seja a divindade. Mas existe aquela pessoa que te faz perder as
estribeiras, o bom senso, a calma e a paciência. Mas aí é que tá o negócio. ESSE é o
propósito. Achar alguém que te irrite na mesma medida que te desperta o amor.
Mas
tudo bem, se não queres nada, pelo menos que não a iluda. Se ela não é essa
pessoa que te deixa com vontade simultânea de esmagar e cuidar, tudo bem
também. Mas não faças ela de palhaça. Talvez ela não esteja em busca do amor da
vida dela, talvez ela só queira alguém que saiba fingir direito que se importa.
Mas se nem fingires sabes, então vá embora. E quando fores por livre e
espontânea vontade, por favor, não se pergunte que falta ela te faz.
Somos feitos de fases, somos feitos de fatos.
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